
O estresse não vem de fora!
Trabalhar nesta empresa é estressante
Você já ouviu ou percebeu funcionários com baixa performance dizendo que trabalhar na sua empresa, ou na sua área é estressante demais?
Talvez você até reconheça que o trabalho tem um componente de estresse, e queira concordar em parte. Mas tem algo errado nesta frase acima.
Alguns gestores poderiam dizer que apesar de estressante, isso não é motivo para baixa performance. Mas na verdade é, estresse prejudica o desempenho sim.
Então qual é o erro?
O fato é que não é o “setor”, “a empresa”, “o cliente” que gera o estado de estresse na pessoa e sim a forma como cada um lida com o gerador de estresse.
Você já percebeu como duas pessoas podem receber um mesmo email, um mesmo whatsapp desagradável e reagir de formas completamente diferentes? Logo, não é o fato que gera o estresse, mas as reações ao fato. Estes fatos chamarei de “gatilhos estressores”.
Vou explicar os dois componentes desta reação humana.
A primeira coisa a dizer é que o mecanismo de estresse existe no ser humano para um uso muito positivo. Em momentos de perigo real (atravessar uma rua, um cão bravo em sua direção...) é este estado que nos ajuda a focar e sermos objetivos para lutar ou fugir.
Temos que saber que existe um componente biológico que afeta nossa capacidade de agir. Nos momentos em que somos expostos a um gatilho estressor, nosso nível de adrenalina e cortisol se eleva, nosso corpo se tensiona preparando-se para lutar ou fugir, entre diversas outras reações biológicas. Isso tudo gera um profundo desconforto (muitas vezes inconsciente) para o qual precisamos achar uma “solução” rápida, senão achamos que vamos morrer ou explodir.
E existe também um componente psicológico. Nossa psique não distingue uma bronca de um cliente de um cão bravo. Ativa o mecanismo de reação ao estresse da mesma forma que se o perigo fosse real.
A reação então, ao cliente, passa a ser a mesma que seria de um cachorro ameaçador.
Assim, não só nosso corpo fica em um estado alterado, mas temos que lidar com uma série de emoções que não temos consciência: Medo, raiva, dor, ansiedade, angustia, e pessimismo.
Um simples gatilho pode gerar um “vulcão” no indivíduo de modo que ele decide tomar uma dessas três atitudes:
Agressividade: Ela parte para cima do cliente ou do colega esperando assim resolver a sua angustia ou irritação
Submissão: Ela diz que vai fazer o que mandam ou o que o cliente quer só para tirar o problema da frente
Desconexão: Ela se desconecta do problema e basicamente deixa a outra pessoa falando sozinha, mesmo que esteja “de corpo presente”.
Nisso, a capacidade de desempenhar bem já se perdeu, pois a pessoa não está preocupada com o problema em si, mas sim tentando aliviar-se do que ocorre dentro dela.
O pior é que estas 3 pseudo soluções não resolvem de fato o problema. A pessoa fica com a situação “presa” na psique e o nível de estresse não passa.
Só com técnicas específicas e treinamento adequado é possível ensinar quem quiser aprender a lidar com esta situação de forma positiva e assim se transformar em um profissional diferenciado.
Mas quando se aprende, o alívio é imediato e o estresse deixa de ser uma constante, para ocorrer em alguns momentos apenas, o que permite a pessoa ter uma vida profissional muito mais satisfatória e relevante para ela e para a empresa, mesmo que a empresa não tenha mudado em nada.
Até o próximo texto.
Grande abraço